Mudanças climáticas e pressão de comunidades, consumidores e investidores mais conscientes formam os núcleos de pressão para que a agenda ESG (governança ambiental, social e corporativa) seja aplicada às instituições, mas a extensa rede de conectividade tornou isso uma imperiosa demanda mundial.
Há quem ainda pense que isso é só um modismo passageiro e que está restrito às grandes empresas. É verdade que elas estão mais expostas e são mais ágeis nas mudanças, mas o compromisso delas impacta mundialmente. Quanto mais organizações adotarem esses compromissos mais irão cobrar que seus parceiros da cadeia de suprimento também tenham políticas sustentáveis abrangentes e éticas, porque é disso que se trata o conceito de economia sustentável.
É preciso ver esse processo como uma grande rede de influencia.
Todas as atividades humanas geram externalidades econômicas, ambientais e sociais com potencial de impacto. O nosso ambiente interconectado, e às vezes até fiscalizatório, torna as pessoas e instituições sujeitas à observação. Quase todo mundo é numa figura pública, com riscos de construção e destruição de reputação e marca. Ninguém mais pode se dar ao luxo de contar apenas com suas próprias virtudes para a construção de uma marca de valor.
Conectividade tornou os C-levels, colaboradores e stakeholders identificáveis. Qualquer pessoa, por meio de recursos digitais, detecta facilmente quem é quem no mundo dos negócios. O cidadão comum com acesso à informação vigia e cobra.
Somando a isso, uma nova geração de protagonistas empresariais, os mileniuns e jovens da geração Z, configuram personagens totalmente comprometidos com questões de justiça ambiental e social. Eles esperam que preocupações com o meio ambiente, inclusão, diversidade, transparência e propósito sejam algo intrínseco às empresas. É uma geração mais exigente em todos os sentidos, foram criados com esses ideais. Mais do que isso, foram massificados com esses valores nas escolas e nas mídias dos últimos 20 anos. Alguns mais, outros menos, mas são todos potencialmente novos líderes de valor, quase que de forma intuitiva.
Há um bom tempo atrás também se considerou o ISO9000 uma onda passageira, e até uma imposição oriunda de países desenvolvidos. Hoje, praticamente todas empresas têm departamentos exclusivos de qualidade e segurança e melhoria contínua é um conceito de gestão padronizado. ESG não será diferente e sua adesão será muito mais rápida.
É natural que governança ambiental, social e corporativa, bem como a identificação com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU encontrem cada vez mais simpatizantes. É o tal mundo melhor que tanto desejamos!
Considerando que qualquer compromisso com mudanças estruturais requer analise, definição de estratégias, investimentos em novos processos, engajamento e comunicação, e que o tamanho da empresa determina a capacidade e velocidade de execução, quanto antes uma empresa começar essa jornada, melhor. Aos profissionais em geral, a recomendação é que iniciem sua própria educação a respeito, a fim de se preparar e estar apto a dar sua contribuição. O esforço é coletivo, por isso se espera que os benefícios sejam globais.
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